A inauguração de uma Escola Municipal de Educação Infantil na manhã desta quarta-feira (25) em Pelotas foi cheia de significados. O primeiro já surge no nome: Mario Osorio Magalhães, professor e especialista na história do município. O local também é significativo. A nova Emei ocupa parte do Instituto São Benedito, que volta a respirar com o aumento na renda. O educandário passa a atender a uma demanda que estava reprimida no município. São 145 vagas para crianças de zero a três anos - todas já preenchidas.

Os pais veem na escola um local seguro para deixar os filhos. "É muito bom! As professoras são ótimas e as crianças passam o dia aqui", comenta Jordana Duarte, mãe de Hiago, de três anos. A escola é de turno integral e oferece cinco refeições por dia aos alunos. Esta logística facilita a rotina de quem trabalha o dia inteiro, como o auxiliar administrativo Renato Ferreira. "Eu fico mais tranquilo sabendo que ela está aqui", afirma, referindo-se à filha Mariah Isabella, de três anos.

A professora Antoniele Molina tem um motivo a mais para comemorar a inauguração na escola. É que uma das alunas, a Manuela, de dez meses, é sua filha. "É muito gratificante poder acompanhar o crescimento dela", fala. Como mãe, ela achou excelente a estrutura do colégio. "Temos alunas com cinco meses de idade. Os pais não têm receio de deixar elas aqui, porque sabem que estão em boas mãos", acredita.

A Emei está instalada em parte do Instituto São Benedito. A estrutura foi adaptada para receber as oito salas de aula, refeitório, sala multimídia, brinquedoteca e banheiros. O ambiente também está bem mais colorido. De acordo com o secretário de Educação e Desporto, Artur Correa, a maior parte dos ajustes foi feita com equipe própria da Smed. "Pouquíssimos serviços foram terceirizados", garante. O aluguel das peças custa R$ 9.800,00 à prefeitura.

Para o São Benedito, a verba é uma chance de se reerguer. O instituto, que atende meninas carentes, vem sofrendo com a falta de verba desde o ano passado. Devido ao risco de diminuir o número de vagas, o presidente procurou o Poder Público em busca de ajuda. A prefeitura já estava em busca de um local para inaugurar a escola. "Unimos dois problemas e encontramos uma solução", comenta Artur Correa.

Homenagem merecida
Mario Osorio Magalhães era a pessoa que mais entendia da história de Pelotas. A frase foi repetida por todas as autoridades presentes na solenidade de inauguração. O professor do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da UFPel e historiador escreveu quase 20 livros sobre a cidade e o Rio Grande do Sul. Era também colaborador do Diário Popular, onde mantinha uma coluna aos domingos.

A ideia de homenagear o ilustre pelotense foi do vereador Fabrício Tavares (PSD). Ele conta que a vontade surgiu em função do amor e da dedicação do historiador à cidade. "Só estava esperando uma oportunidade", comenta. Assim que soube da nova escola, sugeriu o nome. "É importante que as crianças tenham a consciência de quem foi o Mario Osorio", acredita.

A viúva Lia Mara Magalhães achou a homenagem muito merecida. "Ele amava Pelotas, amava educar. A homenagem é perfeita", fala, emocionada. A receptividade da equipe da escola chamou sua atenção. Quando ela e a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) visitaram o local, as professoras vestiam camisetas customizadas à mão trazendo o nome do local. "Isso nos deu a certeza de que essa seria a escola que levaria o nome do Mario", falou.